abril 02, 2007

É muito mais fácil

É muito mais fácil a certeza de um amor de fim-de-semana do que a incerteza do amor de todos os dias. É muito mais fácil a certeza de sentimentos correspondidos e certos do que a aventura da redescoberta. É muito fácil ocupar a cabeça com coisas inúteis do que tê-la ocupada pelo fantasma da pessoa que amamos. É muito mais fácil dizer que não do que admitir que esse não, só existe, por medo de se arriscar. É muito mais fácil evitar o beijo do que nos rendermos a ele e sabermos que sem ele não estamos bem. É muito mais fácil rendermo-nos a esse mesmo beijo e ao desejo do corpo do outro quando sabemos, ou julgamos saber, que controlamos esse mesmo desejo e que acreditamos que não se vai repetir. É muito mais fácil dizer-se que gostamos de estar com a outra pessoa,e que sentimos a falta dela como amiga, do que admitir que a falta que essa pessoa nos faz é a outros níveis. É muito mais fácil fazermo-nos de fortes e desligarmos o telefone, convictos de que fomos bons actores, do que admitir que não pregamos olho a noite inteira porque a pessoa que amamos não nos sai da cabeça. É muito mais fácil negar a vontade e sermos na mesma traídos pela vontade de tocar o outro e depois pedir desculpa do que admitir que essa vontade sempre esteve lá reprimida. É muito mais fácil ser cobarde do que saltar para o desconhecido.
Difícil é mostar a cara e pedir desculpas, difícil é sofrer, difícil é admitir o erro... E mais difícil ainda é saber que não somos felizes porque a outra pessoa prefere tudo o que é fácil...

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