janeiro 28, 2009

Vacances, Holidays, Loma, Vacanza, Urlaub, Ferie, Swieto, Semester, Praznik...

FÉRIAS!

Weeeeeeeeeeeeeeeeeee!

janeiro 27, 2009

Vêm sempre do lado esquerdo. As dores, mesmo quando são fingidas, nunca cicatrizam e é do lado esquerdo que se fixam.


Albano Martins

janeiro 26, 2009

Aconchego-me ao casaco. As tuas mãos apertam-me os ombros. O teu hálito quente, sinto-o no meu pescoço. Aperto o casaco. As tuas mãos abraçam-me o peito. O teu sussurro inaudível respira no meu ouvido. Fecho os olhos e sinto-te. Aqui. Ainda. Sempre.

janeiro 24, 2009

O tormento de te amar é uma asa presa que me detém num cubo de medo; medo de que o amor eterno exista, não caiba nas nossas vidas tão breves ou não lhes resista.



Ana Rita Calmeiro

janeiro 20, 2009

guarda-me
adormecida para sempre no teu peito

ou deixa-me voar uma vez mais sobre
esta terra de ninguém onde morro
por qualquer coisa que me fale de ti

há noites assim em que o silêncio
se transforma ao de leve numa lâmina
que minuciosamente rasga o linho
onde ficou esquecido o corpo que habitámos
em provisórias madrugadas felizes

depois é só abrir os braços e acreditar
que ainda faltam muitas horas para a partida
e que à-toa pelos corredores ainda escorre
uma razão primeira a trazer-me de volta

e eu adormecida para sempre
no teu peito

e eu acorrentada para sempre
no teu peito

e de novo entre nós aquele choro de quem
não teve tempo de preparar a despedida
com as palavras certas
porque as palavras certas estavam todas
em histórias erradas
que outros escreveram em lugares nublados
que nem vale a pena tentar recompor

muito ao longe uma voz desgarrada
estabelece o fim do verão

e eu adormecida para sempre
no teu peito

e eu acorrentada para sempre
no teu peito

Alice Vieira

janeiro 17, 2009


Às vezes, pequenos
grandes terremotos

ocorrem do lado esquerdo do meu peito.

Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram
remexendo escombros.

Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

Affonso Romano de Sant'Anna



janeiro 13, 2009

For you...



You could be happy and i won't know
But you weren't happy the day i watched you go.

And all the things that i wish i had not said,
Are played in loops till it's madness in my head.


Is it too late to remind you how we were?
But not our last days of silent screaming blur.

Most of what i remember makes me sure
I should've stopped you from walking out the door.

You could be happy i hope you are
You made me happier than I'd been by far

Somehow everything i own, smells of you
And for the tiniest moment it's all not true.

Do the things that you always wanted to
Without me there to hold you back, don't think just do

More than anything i want to see you girl
Take a glorious bite out of the whole world

Snow Patrol

janeiro 09, 2009

Que tenho o coração preto
Dizes tu, e ainda te alegras.
Eu bem sei que o tenho preto:
Está preto de nódoas negras.

Fernando Pessoa



janeiro 07, 2009

Ouvida again,and again, and again...

Quantos dias se passam sem tu apareceres

E às vezes penso é bom que assim seja
para eu aprender a estar .
Mas de outras vezes rompes-me pela vida dentro
e eu quase sufoco da tua presença.
Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro
e digo-te vai-te, vai-te embora. Por favor.
E eu sinto-me logo tão infeliz.
E digo-te não vás. Fica. Para sempre.
Há em mim uma luta entre o desejo de que te esqueça
e o de endoidecer contigo.


Virgílio Ferreira

janeiro 06, 2009

vou buscar-te ao fim da tarde,
porque a noite só escurece contigo ao
meu lado, porque a noite aprende por ti
o caminho aberto das estrelas

vou buscar-te ao fim da tarde,
e verás como preparei a casa, como
escolhi a música, como, enfim, espalhei
os objectos mais impressionados contigo,
os que ganharam vida por se interporem
na espessura estreita que vai do meu
ao teu coração

e não mais te devolvo, correndo todos os
riscos de não amanhecer nunca
numa loucura propositada por ti

não mais te devolvo,
ocuparás o mundo debaixo e sobre mim,
e não haverá mais mundo sem que seja assim.

Valter Hugo Mãe


janeiro 02, 2009

Há meses que vivo rodeada
por uma substância negra e pegajosa
que invadiu a minha casa. As paredes,
o chão, as janelas e os móveis,
a comida, os livros e a roupa,
o teclado do computador, as plantas,
o telefone… Está tudo impregnado
com esta tez escura, a mesma que respiro
e que me mata pouco a pouco.
Dizem que os venturosos e os néscios
chamam melancolia a esta porcaria
que apodrece o coração e asfixia a alma.


Amália Bautista