novembro 29, 2007

Eu tchi amo e vou gritá prá todo mundo ouviiiiii!



Ui,o que eu cantava esta música...loool Acho que era de uma novela qualquer, do tempo da Maria Cachucha...E as saudades de ouvir a minha Sílvia a cantar isto, sentadinha no sofá da nossa gélida casita em Évora. Como diz um amigo meu "Lá estás tu com as recordações! És tão velhinha, tão velhinha..." Pois sou, admito que sim, adoro recordar coisas boas do passado. E esta é mais uma, coisas simples que de vez em quando me vêm à memória...E quando me lembro destas pequenas coisas, fico com o coração mais quentinho...

novembro 28, 2007

Se depois de eu morrer,
quiserem escrever a minha biografia,
Nao há nada mais simples.
Tem so duas datas
- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias sao meus.
Fernando Pessoa

novembro 27, 2007

No mar que navego
Na voz que oiço,
No corpo que possuo
No tempo que passa
Só tu, tens o saber da vida,
O sentido das emoções
O instintivo talento do amor,
O toque imprevisível
Que torna um prazer eterno.
Só tu, com os teus expressivos olhos
O sussurrar do coração entre os dedos
Conheces do amor os segredos
E assim fascinas, assim cativas.

Autor Desconhecido

novembro 26, 2007


Se passares pelo adro

No dia do meu enterro

Diz à terra, que não coma

Os anéis do meu cabelo

Já não digo que viesses

Cobrir de rosas meu rosto

Ou que num choro dissesses

A qualquer do teu desgosto

Nem te lembro que beijasses

Meu corpo delgado e belo

Mas que sempre me guardasses

Os anéis do meu cabelo.


Mariza

novembro 22, 2007



Vivo na esperança de um gesto

Que hás-de fazer.

Gesto, claro, é maneira de dizer,

Pois o que importa é o resto

Que esse gesto tem de ter.

Tem de ter sinceridade

Sem parecer premeditado;

E tem que ser convincente,

Mas de maneira diferente

Do discurso preparado.

Sem me alargar, não resisto

À tentação de dizer

Que o gesto não é só isto...

Quando tu, em confusão,

Sabendo que estou á espera

Me mostras que só hesitas

Por não saber começar,

Que tentações de falar!

Porque enfim, como adivinhas,

Esse gesto eu sei qual é,

Mas se o disser, já não é...

Reinaldo Ferreira

novembro 21, 2007


Seja você mesmo. Todos os outros já existem.
Oscar Wilde

novembro 20, 2007


Quando me sinto só,

Como tu me deixaste,

Mais só que um vagabundo

Num banco de jardim

É quando tenho dó,

De mim e por contraste

Eu tenho ódio ao mundo

Que nos separa assim.


Quando me sinto só

Sabe-me a boca a fado

Lamento de quem chora

A sua triste mágoa

Rastejando no pó

Meu coração cansado

Lembra uma velha nora

Morrendo à sede de água.


P'ra que não façam pouco

Procuro não gritar

A quem pergunta minto

Não quero que tenham dó

Num egoísmo louco

Eu chego a desejar

Que sintas o que sinto

Quando me sinto só.


Mariza

novembro 17, 2007

Não só quem nos odeia ou nos inveja

Nos limita e oprime; quem nos ama

Não menos nos limita.

Que os deuses me concedam que, despido


De afetos, tenha a fria liberdade

Dos píncaros sem nada.

Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada

É livre; quem não tem, e não deseja,

Homem, é igual aos deuses.

Ricardo Reis

novembro 15, 2007


Se tanto me dói que as coisas passem

É porque cada instante em mim foi vivo

Na busca de um bem definitivo

Em que as coisas de Amor se eternizassem


Sophia de Mello Breyner Andresen

novembro 12, 2007

Verdade, verdadinha..

"Nunca respondo a provocações idiotas. O meu pai sempre me disse: ‘nunca te atires à lama a lutar com um porco – primeiro, porque te sujas; segundo, porque é disso que o porco gosta."

Walter Winchell

novembro 10, 2007

Silvia e catarina...


Hoje, dia em que me sinto especialmente nostálgica, decidi reler alguns dos comentários que foram feitos aos meus posts. Por isso, decidi dar uns miminhos a duas pessoas, muito especiais na minha vida..



“Se tu morresses amanhã, dir-te-ia: que a vida só faz sentido porque nos temos uns aos outros, os amigos que felizmente nos acompanham e preenchem todos os vazios, todos os momentos bons e maus, que nos completam e nos amparam... sempre; dir-te-ia que sou feliz porque te tenho e te conheço, porque fazes parte da minha vida; dir-te-ia que a verdadeira amizade prevalece a tudo, até à própria morte amiga; dir-te-ia que o mundo sem ti faria menos sentido... dir-te-ia, aliás digo-te que não morreste, acabaste de acordar... a vida é isso mesmo dormir e acordar e obviamente voltar a viver! É tropeçar, cair e levantar, é cruel mas doce ao mesmo tempo, é um vazio pleno de emoções e sentimentos, é chorar e rir... é sorrir e soluçar; é trabalhar e brincar, é seduzir e amar, é sofrer e chorar; é toda uma junção de sentimentos, experiências, passagens e momentos... é a vida!Adoro-te e sei que vais ser feliz... Beijo”



“Se tu morresses amanha, hoje, pedia-te desculpa...Desculpa por não ter conseguido ser melhor amiga... por não ter conseguido abraçar-te nos momentos maus, por não ter rido o suficiente nos bons momentos... e depois levava-te para os copos, e no inicio da manha, fazia umas migas de pão com tomate para acalmar o estomago! ;)Beijo grande desta sempre tua:Sopeira



Catarina e Sílvia, quero que saibam que desejo que...



Tudo aquilo que ambicionam se concretize. Que todos os vossos sonhos se tornem realidade. Que todas as pessoas que vocês amam, estejam sempre do vosso lado.Que sempre que as lágrimas cairem, lá esteja alguém para enxugá-las.Que sempre que se sentirem sózinhas, sintam e saibam que estarei sempre do vosso lado. Que nunca tenham vergonha de me pedir ajuda. Que apesar das distâncias, farão sempre parte da minha vida.Que recordo e recordarei sempre com carinho todos os momentos que passámos juntas, os bons mas também os maus. Que me sinto muito afortunada por vos ter conhecido e muito orgulhosa por poder chamar-vos de amigas.Que vos agradeço a paciência e o carinho com que me aturaram e aturam...




Silvia, sei que muitas vezes me quiseste abraçar mas nunca o conseguiste.Muitas vezes precisei do teu abraço mas acredita que só a tua presença já me dava todo o conforto e apoio, em alturas más pelas quais passei..Compreendo-te e respeito-te, admiro-te muito.És uma pessoa incrível, sincera, bruta que nem portas, com um mau feitio do caraças e por tudo isso...Obrigada por teres entrado na minha vida! ; p



Cati, um doce de amiga, também com algum mau feitio e por isso mesmo uma amiga do car******! Sincera, frontal, sofre muitas vezes em silêncio mas está sempre de sorriso nos lábios para todos. Mas nós sabemos como é, né amiga?; ) Soube, no instante em que nos conhecemos que tudo iria ser como é neste momento. Há pessoas assim, entram nas nossas vidas e depois nunca mais saem, venha o que vier! Eu bem tento, mas ela não se vai embora! Lol Obrigada por fazeres parte do meu mundo!

heloooooooo!



Ai oh pah...Ainda oiço, ainda adoro.Chamem-me pindérica, cota, esclerosada, agarrada ao passado, o que quiserem.Tenho ideia de há algum tempo, enquanto lavava a louça, estar com o meu mp3, literalmente a gritar esta música, quando reparo na cara de pânico, de terror mesmo, da minha colega de casa na altura..Pobre Cláudia! O que nos rimos...Enfim..Momentos ; p

A menina perguntou:

- Como se faz para manter um amor?

- Pega num pouco de areia e fecha a mão com força.

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão,

com mais velocidade a areia se escapava.

- Mas assim a areia cai!!!

- Eu sei. Agora abre completamente a mão.

A menina assim fez.

Veio o vento forte e levou consigo a areia que restava.

- Assim também não consigo mantê-la na mão!

- Agora pega outra vez num pouco de areia e mantém a mão semi aberta

como se fosse uma colher.

Suficientemente fechada para protegê-la e suficientemente aberta para lhe dar liberdade.

A menina experimentou e viu que a areia não se escapava da mão

e estava protegida do vento.

- É assim que se faz para manter um amor?

- Se queres muito alguma coisa, deixa-a livre.

Se ela voltar será tua para sempre,

se não, é porque nunca foi tua de verdade.


Autor desconhecido

novembro 09, 2007

E posto que viver me é excelente
cada vez gosto mais de menos gente.

Agostinho da Silva

novembro 07, 2007

Concordo plenamente...


Devia morrer-se de outra maneira.

Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.

Ou em nuvens.

Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol

a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos

os amigos mais íntimos com um cartão de convite

para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica

a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje

às 9 horas. Traje de passeio".

E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos

escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir

a despedida.

Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.

"Adeus! Adeus!"E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,

numa lassidão de arrancar raízes...

(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )

a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se

em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...

como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono

ainda tocada por um vento de lábios azuis...



José Gomes Ferreira