julho 30, 2008

Não pude ser
o teu amor perfeito,
antes esta ferida.
Por isso para ti
não serei a pele
— poro a poro teu alumbramento —
serei apenas a cicatriz.

Perfeita.

Neide Archanjo

julho 29, 2008


De mim a ti, de ti a mim,
quem de tão longe alguma vez regressa?

Jorge de Sena


julho 24, 2008


E como amanhã é o aniversário de "Zézinho", que não trabalha e planeia estar o dia todo de papo para o ar a descansar na "picine", a ganhar forças para a noite violenta que já se adivinha, que não se vai nem aproximar de um computador e que as únicas teclas em que pretende tocar, são as do telemóvel para receber os milhares ( ok...centenas...errr...dezenas pronto! ) de mensagens e de chamadas, características da época festiva, aqui fica já adiantado o post...

Parabéns a miiiiiiiiiiimmmmmm!!!!!


julho 23, 2008

Não queria contigo mais nada
senão aquilo que quero. Aquilo
que quero é que não quero e o
que não quero quero tanto.
Querer ou não querer não é a
questão; a questão é querer o
não querer ou vice-versa que
para aqui é pura conversa.
Resumindo, não querer é um
desperdício quando se trata de
ti, querida, que te quero como
um crente carente de sacrifício.

Quando o vento se levanta e passa, tua cabeça adormecida põe-se a brilhar. Em redor dela um halo de sombra onde a minha mão entra, vagarosamente, pedindo-te um sinal. / Procuro o rosto com os dedos afiados pelo desejo. Toco a alba das pálpebras que, de súbito, se abrem para mim. / Um fio de luz coalha na saliva do lábio. / Ouvimos o mar, como se tivéssemos encostado a cabeça ao peito um do outro. Mas não há repouso nesta paixão. / O dia cresce, sem luz – e os pássaros soltam-se do pólen dos sonhos, embatem contra os nossos corpos. / Nada podemos fazer. / Um risco de passos ensanguentados alastra pelo chão da cidade. A noite cerca-nos, devora-nos. Estamos definitivamente sozinhos./ Começamos, então, a imitar a vida um do outro. E, abraçados amamo-nos como se fosse a última vez… (...)

Al Berto


julho 22, 2008

Time has told me

Time has told me
You're a rare rare find
A troubled cure
For a troubled mind.
And time has told me
Not to ask for more
Someday our ocean
Will find its shore.
So I`ll leave the ways that are making me be
What I really don't want to be
Leave the ways that are making me love
What I really don't want to love.
Time has told me
You came with the dawn
A soul with no footprint
A rose with no thorn.
Your tears they tell me
There's really no way
Of ending your troubles
With things you can say.
And time will tell you
To stay by my side
To keep on trying
'til there's no more to hide.
So leave the ways that are making you be
What you really don't want to be
Leave the ways that are making you love
What you really don't want to love.
Time has told me
You're a rare rare find
A troubled cure
For a troubled mind.
And time has told me
Not to ask for more
For some day our ocean
Will find its shore.


Nick Drake

julho 17, 2008

Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.


Jorge de Sena

julho 15, 2008

Pensamento positivo... ; )

No final, tudo dá certo. Se ainda não deu certo é porque ainda não acabou.


Zélia Cardoso de Melo

julho 14, 2008

Se há uma coisa que eu sei
É que não há dentro e fora
Pois a não ser assim,
Como podias tu estar
Ao mesmo tempo
Dentro e fora
De mim?

Outra coisa que eu sei,
É que quando duas coisas
Entre si se atraem
Ao mesmo tempo se repelem,
Pois só assim podem ser
Duas e uma só coisa.

E sei ainda outra coisa
Talvez seja o que sei melhor,
Que sei pouca coisa
E posso sempre saber mais,
Desde que seja paciente
E nada queira saber.


Luís Ene

julho 10, 2008

E pronto pah....



De modos que é isto, não consigo evitar mesmo...Dá-me assim umas vontades de dançar quando oiço isto, parece que fico possuída pelo demónio ; p Não sei se é da boa disposição que paira sobre mim nestes últimos dias ( que se prolongue por muuuuuito tempo ósefazfabor! )se é de qualquer outra coisa..Tipo uma força extra terrestre ou assim...lol Mas o que é certo é que " I don't know what you do but you do it well...", la, la, la, la!

julho 09, 2008


" Podia ser o fim de qualquer amor. É sempre nos mesmos sítios. Diz que sim. Na alma bate a mesma chuva pesada. o tempo levanta-se contra quem o tem.O riso não separa os dias uns dos outros. Está o coração entreaberto. A vida nota-se em demasia.

A vida nota-se em demasia numa sala escura. O amor chama muito. As pessoas deixam-se prender pela luz. Fazem fogo fácil. Param. E não fica nada.

E não fica nada daquele dia branco. Um dia olhou para as mãos de quem amou e já não se viu dentro delas.

Agora lembra-se do dia em que quis ser igual a ela. E do que nunca lhe disse."Se te visses uma única vez, se te sentasses á tua frente e te ouvisses a falar, se te pudesses segurar, percebias porque é que as pessoas se apaixonam por ti". Ás vezes a verdade é a última coisa que se pode dizer. Ele não disse, ela não ouviu e nada ficou. Nem sequer para lembrar. Quando a paixão é tão grande nenhuma memória presta. Fica só muito tempo.

Fica só muito tempo do tempo todo que não se soube como passou. O amor é um trabalho de atenção. Diz que sim. Basta um abrir e fechar de olhos e perdeu-se. E o coração lançado à rua, desempregado de repente. Num dia de sol. O amor é uma força que não presta para mais nada. O que é que se pode fazer?

O que se pode fazer quando o amor nos larga? De repente há tempo para ler, tempo para os amigos, tempo para o trabalho, tempo para o olhar. Diz que sim. Há tempo para tudo, mas é tudo sem querer. E depois um dia acorda-se, vai-se á mesa, lê-se a última página do último livro que se tinha para ler, abre-se a agenda, e verifica-se que tudo está em ordem e que se está finalmente em dia. Em Dia.

Em dia de inverno, no fim de uma história. Sentado num banco de Hotel quase vazio, com um livro ao lado. O amor é uma forma de organização. Ocupa, arruma, decide por nós. Telefona-se antes de dormir, almoça-se de costas para o mar, discute-se tudo o que acontece. O amor. O amor tem os dias contados. Não se pode contar com a força dele.

Não se pode contar uma verdadeira história de amor. Quem é que a queria ouvir? Só uma história passada com outras pessoas. Só uma história parada antes de chegar ao fim.

Os sítios sabem mais que as palavras. Diz que sim. A coisas acontecem mais em elas do que em nós. As janelas altas estão todas a falar.

As janelas altas estão todas a falar durante o tempo inteiro que lá está. Quem sabe o que aconteceu? A luz entra a matar. Diz que sim. Diz que vai. É um dia de semana.Não há problemas. Não há atrasos. É um dia novo. Diz que sim. Pensando bem. Com a vida inteira á frente como se nunca tivesse amado. Não.Não como se nunca tivesse amado. Na verdade como se nunca tivesse sido amado. Porque afinal, à coisa mais pequena da vida morre a coisa maior."


Miguel Esteves Cardoso

julho 08, 2008

Oh Happy Days, oh happy days!

julho 04, 2008

julho 03, 2008


Quero-te
no secreto segredo de dizer-te
na asa da brisa repousada
no fulgor deste sol
no arrepio da água na levada
no sobressalto da pedra na falésia
no silêncio dos cumes
na claridade das madrugadas brancas
no respirar nocturno das ruelas
no calor do vinho a perfumar a boca
na solidão das mãos
na fímbria do desejo

(quero-te assim
longínquo e doce
terno e ausente)

só posso desejar-te nas palavras

Maria Aurora Carvalho Homem

julho 02, 2008

Eu podia estar mais perto

Do que eu queria para mim

Só que eu já não sei ao certo

Onde foi que eu pensei chegar

Peço à dor que se habitue

Se não for o caminho certo

Como é que o tempo o vai provar.


Manuel Cruz