outubro 20, 2007

Custa

Custa muito ver o rosto crispado
desfeito, lágrima contida convulsa,
na ponta da palavra nova e agreste
desespero de ver-se além do outro.
Custa julgar e mais julgar-se
ultrapassar o fosso da diferença
cair em si, destapar a fossa
das palavras não ditas, ocultas.
Não acusar as mágoas custa,
mas deixá-las cair mais além
morder o desespero do não feito
e guardá-lo, só para si, é muito.
Eduardo Graça

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