Queria ter coragem Para falar deste segredo Queria poder declarar ao mundo Este amor Não me faltavontade Não me faltadesejo Você é minha vontade Meu maior desejo Queria poder gritar Esta loucura saudável Que é estar emteus braços Perdido pelos teus beijos Sentindo-me loucode desejo Queria recitar versos Cantaraos quatros ventos As palavras que brotam Você é a inspiração Minha motivação Queria falar dos sonhos Dizer os meussecretosdesejos Que é largar tudo Paravivercom você Esteinconfesso desejo.
Carlos Drummond de Andrade
dezembro 30, 2008
Não me interessa saber o que fazes para ganhar a vida. Quero saber o que desejas ardentemente, se ousas sonhar em atender aquilo pelo qual o teu coração anseia. Não me interessa saber a tua idade. Quero saber se arriscarás parecer um tolo por amor, por sonhos, pela aventura de estar vivo. Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com a tua lua. Quero saber se tocaste o âmago da tua dor, se as traições da vida te abriram ou se te tornaste murcho e fechado por medo de mais dor! Quero saber se podes suportar a dor, minha ou tua; sem procurar escondê-la, reprimi-la ou narcotizá-la. Quero saber se podes aceitar alegria, minha ou tua, se podes dançar com abandono e deixar que o êxtase te domine até às pontas dos dedos das mãos e dos pés, sem nos dizeres para termos cautela, sermos realistas, ou nos lembrarmos das limitações de sermos humanos. Não me interessa se a história que contas é verdade. Quero saber se consegues desapontar outra pessoa para ser autêntico contigo mesmo, se podes suportar a acusação de traição e não traíres a tua alma.
Quero saber se podes ver beleza mesmo que ela não seja bonita todos os dias, e se podes buscar a origem da tua vida na presença de Deus, quero saber se podes viver com o fracasso, teu e meu e ainda, à margem de um lago, gritar para a lua prateada: Posso! Não me interessa onde moras ou quanto dinheiro tens. Quero saber se podes levantar-te após uma noite de sofrimento e desespero, cansado, ferido até aos ossos, e fazer o que tem de ser feito pelos filhos. Não me interessa saber quem és e como vieste parar aqui. Quero saber se ficarás comigo no meio do incêndio e não te acovardarás. Não me interessa saber onde, o quê, ou com quem estudaste. Quero saber o que te sustenta a partir de dentro, quando tudo o mais se desmorona. Quero saber se consegues ficar sozinho contigo mesmo e se, realmente, gostas da companhia que tens nos momentos vazios.
Jean Houston
dezembro 27, 2008
Eu acreditei que podia amaro teu corpo, o teu modo de insinuar o coração nas palavras. Mas era apenas a forma como a noite sublinhava as superfícies, eu nunca pude atravessar essa espessura. Estavas ali para te dispores aos meus sentidos mas crescias fora de alcance no teu próprio pensamento. Uma distância que só serviria aos lobos, um mau caminho arrancado às fragas. Já só conhecia os dias onde tu os frequentavas, o sítio em que me mantinhas era mais urgente que o sangue. Sem dúvida que vinhas pelo meu desejo mas eu perdia sempre alguma coisa quando te ganhava. Às vezes era só a minha vontade, outras vezes era toda a frase do meu nome.
Deixei de te ver. Não há luz sequer. A noite cai. Como se fosse uma pessoa, a noite cai. Como se não fosses tu. Como se tivesses de partir e já fosses atrasado e fosses a correr e depois te esquecesses de voltar. E, mesmo querendo, já não soubesses o caminho de volta, mesmo querendo, não pudesses por já não o haver, o caminho de volta até mim. Sem maldade, puro esquecimento, sim, posso acreditar que lá fora facilmente encontres o que quiseres e isso te dê prazer. Aqui não, aqui, junto a mim, é mais difícil, eu sei. Aqui não se deixa agarrar um só instante. Derrete-se na boca,a vida, que está a passar. Num instante. Tu sabes o que é, e é bom que saibas como é porque mesmo se mo pedisses, de todas as maneiras, não to podia dizer. O que podes, isso sim, do que mais precisas, isso sim, é de adormecer e descansar. Assim não podes continuar. Já reparaste como estás? Metes dó. Eu sei, a culpa não é tua,ficaste assim sem querer, o exacto contrário do que querias, eu sei,disseste-mo demasiadas vezes. A vida que nos deram não é nossa? Mas podias pelo menos tentar que passe por ti. E por mim,se não for pedir demais. Não sei se queres compreender mas não vou repetir,nem uma palavra. Não vale a pena, ficava logo tudo igualzinho à primeira vez. O que tu podes é abrir os olhos e ver.
Pedro Paixão
dezembro 19, 2008
Gosto : )
dezembro 18, 2008
“ - O que empurra aslágrimas cá para fora? - Lágrimas. É um processo simples que te é entregue como complexo. Há um reservatório dentro de ti onde estão todos os líquidos. Um dia o reservatório enche-se e é necessário libertar água. É nessa altura quechoras. - Mas quando choro há uma dor, um aperto. Ou uma euforia. - Sugestão subsequente. Quando dás por ti com lágrimas nosolhos acreditas estar perante um choro. - E choro. - E falseias um choro. Inventas uma dor ou uma euforia para justificar as lágrimas. - Sinto-me a chorar. - A pelesecaconfirma-o.”
Pedro Chagas Freitas
dezembro 17, 2008
"Spent a long time now persuading myself That I don't need no one Nobody else And who I was, I could conceal I know if I should live one hundred years I'd never see another face like yours On stranger seas or brighter shores 'Cause I know That my love is real"
David Gray
ps- Sim,para os mais atentos,já cá tinha posto esta letra...E agora apetece-me pôr a música! O blog a bem dizer é meu... ; p
dezembro 16, 2008
Deixa-te ficarna minha casa. Há janelas que tu não abriste. Deixa-te ficar na minha casa. Há janelas que tu não abriste.
O luar espera por ti Quando for a maré vasa. E ainda tens que me dizer Porque é que nunca partiste...
João Gil
dezembro 13, 2008
Por quem foi que me trocaram Quando estava a olhar para ti? Pousa a tua mão na minha E, sem me olhares, sorri. Sorri do teu pensamento Porque eu só quero pensar Que é de mim que ele está feito E que tens para mo dar. Depois aperta-me a mão E vira os olhos a mim… Por quem foi que me trocaram Quando estás a olhar-me assim?
Fernando Pessoa
dezembro 12, 2008
Deviam chover lágrimas quando o coração pesa muito.
António Lobo Antunes
foto em deviantart
dezembro 11, 2008
O que verdadeiramente medóinão são as palavras que nestes anos todos ficaram por dizer arrumadas entre os medos que não gritámos juntos e os sonhosque não transpirei na tua pele. O que verdadeiramente medóisão, os silêncios que nunca habitámos do mesmo lado porque o silêncio só pode ser partilhado com aqueles que amamos até à loucura, só ele é a dádiva perfeita que não pede mais nada a não ser um mesmo lugar para deitar a cabeça e esperar que a madrugada lentamente desfaça todos os segredos e nada mais seja preciso para voltarmos a ter vinte anos, mesmo que os vinte anos tenham morrido para sempre na cidade em chamas.Hoje sei que te devia tercoladoentão ao meusilêncio para que levasses no fundo dosteus olhosa cor dosmeus, ainda que totalmente despidos dos teus. Mas não fui a tempo, e alguém junto a nós, disse as pequenas mentiras mordem até ao fim, e eu comecei a falar de outras coisas mas foi isso – tenho a certeza – que nos matou por isso tepeçoagora – ajuda-me a não pecar outra vez do mesmo modo para que os deuses não se cansem de voltarem a pôr tudo no lugar certo olhapara mim – não tenhas medo – dá-me camélias – cravos – azáleas – o que houver, descobre a únicapalavraverdadeiramentenossa,a única a poder ensinar-nos ainda o rasto das noites em que a cidade era um braseiro e nós ardíamos no lume das pedras e das nossas línguas enquanto os pardais se confundiam na vidraça das janelas que escancarávamos por maio fora...
Alice Vieira
dezembro 10, 2008
foto em Deviantart
Samesmell.Samelips. Sametouch.Different you but still... you.